O projeto As religiões afro-brasileiras em Campos dos
Goytacazes: a preservação do patrimônio cultural imaterial e a visibilidade da
discriminação integrou a linha de
pesquisa Segurança Pública e Criminalidade, que vem
sendo desenvolvida no Núcleo de Estudos da
Exclusão e da Violência –NEEV,
de forma articulada à linha de pesquisa Segurança
Pública, Exclusão Social, Violência e Administração Institucional de Conflitos do Programa de
Pós-graduação em Sociologia Política da UENF. Sediado nas dependências do Laboratório de Estudos da Sociedade Civil e
do Estado - LESCE, o NEEV reúne pesquisadores (professores, técnicos e
estudantes) da UENF e de outras universidades, e está, ainda, vinculado ao Instituto Nacional
de Ciência e Tecnologia–Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos–INCT/InEAC, com sede na Universidade Federal
Fluminense –UFF.
Tendo como objetivo o levantamento
e mapeamento das casas de umbanda e candomblé da cidade de Campos dos
Goytacazes, o projeto procurou contribuir para a preservação e visibilidade desse patrimônio cultural imaterial brasileiro e
estimular, sobretudo entre seus adeptos, a reflexão crítica sobre as situações
de intolerância e discriminação,motivadas pela inserção cultural e opção religiosa
dessa população,de modo a servir de
embasamento para a realização de ações coletivas,visando garantir seu
direito à liberdade de culto, consignado constitucionalmente.
A pesquisa foi desenvolvida
por meio de visitas às casas de santo e entrevistas semi-estruturadas com seus
líderes e adeptos, realizadas entre os anos de 2013 e 2016. Ao longo desses
três anos foi possível conquistar a confiança do público-alvo, que, num
primeiro momento, havia se mostrado refratário à participação no projeto, o que
é compreensível, tratando-se de grupos religiosos historicamente perseguidos no
Brasil.
O catálogo em anexo As Religiões
Afro-brasileiras em Campos dos Goytacazes: preservar, dar visibilidade e
combater a discriminação apresenta dados sobre as 75 casas levantadas,
mapeadas e pesquisadas, com análises das informações coletadas sobre a vivência
da discriminação racial e religiosa na região. Esse conhecimento sobre a
realidade das religiões afro-brasileiras, divulgado para o público-alvo, serviu
de estímulo para que as comunidades tradicionais de terreiro se organizassem
como movimento social e pleiteassem, junto às instâncias públicas, acesso a
direitos. Serviu também para embasar ações do poder público no sentido de
garantir esses direitos.
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